Já faz um tempo que li a trilogia da história do Rei Arthur contada pelo autor Bernard Cornwell, pra quem não sabe Arthur é considerado o maior de todos os reis da Inglaterra, ele é o cara da Távora redonda, “amigo” de Lancelot, querido de Merlin, etc... ninguém sabe ao certo se ele foi rei mesmo, ou se ele existiu de fato. Contudo Bernard Cornwell baseado nos últimos descobrimentos arqueológicos e históricos tenta remontar a história de Arthur a partir de uma nova ótica, enquanto todos retratam Arthur como um exímio guerreiro, um homem forte que nem a traição de sua esposa com seu melhor guerreiro, Lancelot no caso, foi capaz de derrubar ou desanimar o voraz Arthur, o senhor de todas as guerras, pois em suas mãos havia a Excalibur a espada dos deuses.
Na contramão da via, Bernard retrata um Arthur humano que o seu maior feito foi preservar o seu coração compassivo com a história alheia em meio ao caos que afligia a sua vida, na verdade este Arthur apresentado por Bernard, não era grande pelas batalhas vencidas, ou por seu enorme éguaLlamrei, ou por sua estatura (brincadeirinha rsrsrs), Arthur era grande por que era nobre, era grande por que o seu maior desejo era ajudar o seu povo e proteger a sua terra da maneira mais pacifica possível.
A partir dessa linda história inquietei-me acerca de algumas questões da minha alma, percebi que a minha bondade era fácil de ser sustentada, pois era muito fácil ser bom no meio em que vivia, não havia confrontado a dureza da vida, dentro de mim não existia “o encanto de chorar com um filme na TV, ou de se emocionar com uma história de clichê” (musica Gratidão da Banda Tentativa 2), pois a minha religião era pobre e egoísta e o meu amor demagogo, percebi que tudo o que os meus “mentores espirituais” me ensinaram me afastavam da vida, e que por estar distante não sentia a maravilhosa dor da compaixão, o impulso de me esvaziar pra ajudar, o desejo pelo bem alheio, o verdadeiro constrangimento do amor. Era um insensível do pior grau.
Hoje peço a Deus que o conforto não me estacione, que o meu circulo não me torne egoísta, que minhas idéias priorizem a vida, que o meu amor nunca seja suficiente, e que minha vida acrescente algo para as pessoas, que eu sofra com o mal comum, e que os meus atos caminhem com minhas palavras, que diante do dia mais perverso e das pessoas mais perversas eu consiga ser humano.
A vida é bela e a idéia é nobre
por Silas Lima